sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Entrevista com a professora Maria da Consolação Rocha

A repórter Juliana Bueno entrevistou a professora da UEMG Maria da Consolação, que falou um pouco sobre a atual situação da mulher na política:

Vários são os nomes de mulheres que influenciaram e influenciam na política , no mundo afora...

Vejamos alguns exemplos: Margareth Thatcher- Tornou- em 1979 a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha. Foi a precursora do neoliberalismo e seu governo durou 11 anos. Ela também foi a primeira mulher que ocupou o cargo de Primeiro-Ministro britânico. Ela iniciou medidas e mudanças, anunciou um plano para a redução dos impostos e passou a controlar e a realizar reformas institucionais nos sindicatos trabalhistas. Ficou conhecida como a “Dama de Ferro”. Indira Gandhi foi a primeira mulher a se tornar chefe de governo na Índia em um governo bastante polêmico. Com uma força e determinação únicas Indira governou por 18 anos exercendo uma influência decisiva na história daquele país. Ela tem uma grande reputação no mundo todo como líder política. Angela Dorothea Merkel é uma cientista e política alemã e descrita como pela Revista Forbes como a mulher que atualmente é a segunda pessoa mais poderosa do mundo, tendo a mais alta posição alcançada por uma mulher. Dilma Rousseff- Ela já assumiu a chefia da Casa Civil e do Ministério das Minas e Energia e concorreu duas vezes à presidência da República do Brasil, vencendo ambas as vezes. Ela participou de movimentos contra a ditadura militar em sua juventude. A primeira presidente mulher da Coreia do Sul, Park Geun-Hye tem 62 anos e enfrenta um ano difícil para Park Geun-Hye seu país.

Mulher no poder

Mulheres...Mulheres...









A mulher no contexto político da sociedade

O mundo da política até bem pouco tempo atrás era um campo dominado por homens, feito por homens e para homens. Prova disso são as marcas do preconceito e da discriminação que acompanham muitos acontecimentos na sociedade, onde a mulher passa facilmente de vítima a vilã. Embora, atualmente haja uma maior participação da mulher na vida pública do país, a estrada a ser percorrida ainda é longa, para que a mulher se situe no seu merecido lugar, que é ao lado do homem.

Diversos são os motivos dessa pequena e quase irrisória participação que teve palco no ato da vida política do país durante anos. Fatores culturais e sociais tentaram localizar a mulher na vida privada do lar. Aos homens era dado o direito de votar, de ser votado e de ter o controle nas mãos. Muita luta e persistência foram necessárias a fim de que a mulher conquistasse o seu direito de voto e o direito de ser votada também.

O modelo patriarcal de sociedade muito contribuiu com essa desigualdade. O machismo reinava absoluto até o momento que as mulheres acordaram para suas reais necessidades e direitos. As mulheres são uma parte significativa da população e devem ter direito a um espaço maior na política, onde possam lutar por seus direitos e uma vida mais digna para elas e sua prole. Desde a constituinte de 1890 o voto feminino é discutido e somente na década de 30, a mulher adquiriu a liberdade de exercer esse ato de cidadania.

Muitos foram os argumentos contra esse direito, desde a afirmação que se a mulher pudesse votar, haveria possibilidade de desestruturação da família até a sugestão de que ela poderia votar, caso o marido autorizasse, ou fosse solteira e tivesse fortuna própria.
Atualmente, os partidos devem destinar cerca de 30% à candidatura de pessoas do sexo feminino, para quaisquer cargos em questão. Mesmo que em alguns momentos, essa obrigatoriedade seja cumprida apenas como forma de manter a lei vigente, ela abre novas portas e novas perspectivas para a mulher na política.

As eleições desse ano, trouxeram uma agradável surpresa no que tange ao papel da mulher como representante não só do lado feminino, como também, de representante do povo. Dos onze candidatos à presidência da República, por exemplo, três dos candidatos eram mulheres, fato impensável algumas décadas atrás.
É certo que a mulher ainda tem que reivindicar e trabalhar muito ainda para que seus direitos sejam respeitados, mas, esse é um caminho sem volta. Pode ser que seja obra de anos, mas pode ser também obra de agora, do momento presente, onde com certeza, em algum lugar, uma mulher sofre violência e é dominada por um mundo, no qual sua voz é abafada, mas nunca calada.